domingo, 21 de fevereiro de 2010

Fora da Lei.

A cidade era pleno silêncio
Na cabeça d'aquele homem
Rei de cartas de baralhos.

O mundo girava mais que o de costume...
Sua cabeça era uma roleta
Seu bafo embriagava os insetos.

Sentado numa pedra, foi ao bolso
O pão-de-açúcar parecia de sal
Mas era de pó, cheirou...

Difícil algemar os pensamentos!
Imaginou caminhar até as estrelas e o teria feito
Se a over-dose não lhe levasse a vida.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Meu Coração.

Outrora um latifúndio improdutivo.
Hoje,
Agrariamente reformado
Muitos são os que vivem
E produzem
E me fazem viver.
Não pertenço mais a ninguém
SOZINHO !


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Enlatado.

Enlatado no meu flex
Tamborilava no volante Belchior
Embalado nas lembranças da mulher amada.

O sol vivo da minha amada Alagoas
Refletia o charme do despertar
Na estrada à caminho de Porto de Pedras.

Foi quando vi no Toque
Aquele garoto às margens do asfalto
Testando sua pontaria
Naquela mangueira.

Mangueira para mim
Ser urbano por opção;
Para ele, uma mãe a trazer o de jejum.

Passei e pelo retrovisor
Fiquei a observar a criança
E me vi pensar ser uma cena bucólica.

Bucólica para mim, ser urbano;
Para ele, bucólico ou essencial?
Não parei para saber...

Para variar, estava apressado.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Timidez

Tatuado pela timidez
Há diversas palavras semimortas
Presas no vazio
Que, talvez, te traria uma surpresa
Talvez, um sorriso banal
Se eu as libertassem.

Mas quando a sós
E nossos olhares se cruzam
Como que por magia
Traduzindo carinho, ebulição
E a parte que reflete amor, paixão...
Será que o que vejo nos teus olhos
Não é apenas reflexo do que sinto eu?

Na dúvida certa
Na timidez, beirando a covardia...
Silencio!