segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ponto de Vista

! DEUS !
! TUPÃ !
! ALLÁ !

Compulsivamente
Ele ejaculou sem preservativos
Uma bênção:

Devem os Homens despirem sua consciência
Fazê-la inerte
Adormecer na lama
Para no final dos tempos
Ressurgir menos vil.

! Sentiram-se grávidos os Homens !

Uns pariram, aceitaram o feto.
Outros abortaram, dizendo ser coisa do diabo.

? Como saber a verdade ?
? Jesus ou falso profeta ?
? Quem é quem
E o que é o quê no Livro ?

? Fé que se sente
Ou que se compra como mercadoria ?
? Amor ao próximo
Desde que ele esteja longe?

! Tantas falas, profecias, línguas estranhas...
Poucas ações !

Tudo parece uma questão de ponto de vista
Ou apenas uma questão de vista...
! Sem ponto !

IMATURIDADE

Separam as vestes, os corpos...
Semblantes raivosos daqueles jovens
Trilhavam caminhos distintos e sós.

Nenhuma palavra pronunciada.
Cessaram os gritos
No ápice do ciúme doentio.

Cada qual com suas dores
Contabilizavam os erros
Pontuavam onde caberiam virgulas, interrogações
Decretarando o Fim antes do penúltimo capitulo.

O pensamento confuso, ferido
Distorcia o passado:
O prazer... tudo cena;
Planos... não passaram de rascunhos;
As juras... ilusões;
Dois... nunca passou de um!

O orgulho alimentava o silêncio.

Derrotados, perderam-se um do outro
E não se tem noticias...
Fica o poema (na intenção de romântico)
A espera de dias melhores.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Fora da Lei.

A cidade era pleno silêncio
Na cabeça d'aquele homem
Rei de cartas de baralhos.

O mundo girava mais que o de costume...
Sua cabeça era uma roleta
Seu bafo embriagava os insetos.

Sentado numa pedra, foi ao bolso
O pão-de-açúcar parecia de sal
Mas era de pó, cheirou...

Difícil algemar os pensamentos!
Imaginou caminhar até as estrelas e o teria feito
Se a over-dose não lhe levasse a vida.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Meu Coração.

Outrora um latifúndio improdutivo.
Hoje,
Agrariamente reformado
Muitos são os que vivem
E produzem
E me fazem viver.
Não pertenço mais a ninguém
SOZINHO !


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Enlatado.

Enlatado no meu flex
Tamborilava no volante Belchior
Embalado nas lembranças da mulher amada.

O sol vivo da minha amada Alagoas
Refletia o charme do despertar
Na estrada à caminho de Porto de Pedras.

Foi quando vi no Toque
Aquele garoto às margens do asfalto
Testando sua pontaria
Naquela mangueira.

Mangueira para mim
Ser urbano por opção;
Para ele, uma mãe a trazer o de jejum.

Passei e pelo retrovisor
Fiquei a observar a criança
E me vi pensar ser uma cena bucólica.

Bucólica para mim, ser urbano;
Para ele, bucólico ou essencial?
Não parei para saber...

Para variar, estava apressado.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Timidez

Tatuado pela timidez
Há diversas palavras semimortas
Presas no vazio
Que, talvez, te traria uma surpresa
Talvez, um sorriso banal
Se eu as libertassem.

Mas quando a sós
E nossos olhares se cruzam
Como que por magia
Traduzindo carinho, ebulição
E a parte que reflete amor, paixão...
Será que o que vejo nos teus olhos
Não é apenas reflexo do que sinto eu?

Na dúvida certa
Na timidez, beirando a covardia...
Silencio!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Bicho-Homem

Em sua rica
Trajetória de vida
O Homem nem sempre
Tem a sorte (leia-se também capacidade)
De se tornar um animal
Embora assim tenha nascido.

Para Você do Estrangeiro Brasileiro

Pois num é, seu doutor...

Acho bom o senhor

Plantar algo em vossa cabeça.

Me permita sua atenção...

O diploma de vossa senhoria

É pena de pavão.

A fala de vossa senhoria

Para nós, num fala nada.

Desse anel que o senhor amostra no dedo

Lá na feira de Joaquim Gomes tem de monte

Até compadre Capuá, carreiro do Meirim

Tem um do merminho.

O senhor doutor fala estrangeiro, coisa e tal

Mas pra que se gabar disso, doutor?

A gente não entende este palavriado.

E o doutor, homem de estudo,

Por isso acha que somos burros?!



É... a gente não sabe mesmo ler

E tem um dificuldade desgramada para assinar o nome

Mas aqui nascemos, criamos nossos filhos e haveremos de padecer.

Tudo o que precisamos temos aqui:

Os amigos, a barragem, o rio grande, a roça pra lidar...

A gente nem precisa de muita coisa

Só um tiquinho de respeito e sossego.

Porque força e saúde

A gente pede para Deus, Nosso Senhor.

E olhe, senhor doutor...

Pelo meu Padim Ciço do Juazeiro

Tome tento e num queira bulir em nosso pedaço de chão.

Com essa leitura tanta

O doutor que toma a gente por burro

Esquece que burro é burro, tá certo!

Mas burro, doutor, dá coice!

Amor Político

Faz-se estiagem...
Meu coração sertanejado
Tocaia poucas nuvens densas
Sofrendo de lembranças:
Olhos negros tatuados
No belo rosto... cínico!
Tão similar político
Cheio juras e promessas
Causou estragos e sem pressa
Rumou a outra pastagem!

Ao sol, sentado no terreiro
Reparo danos
Cicatrizo dores
E fico pensando
Tantos são os falsos amores
Que este seja o derradeiro!

Bilhete Na Mão

Gosto pensar que sou livre
Embora seja nos sentimentos secretos.

Liberdade em seu teor quem a tem?
Preso às limitações, sou de fato um sonhador.

Um ser vestido de homem, alma infantil
Desnudo de visões complexas.

Desconfio, porém, existir uma liberdade ímpar
E por isso aguardo paciente na fila, bilhete na mão.

Quando da minha vez, não faço questão de lágrimas e lutos.
Mas que sintam num breve silencio em oração o meu abraço.

Que o Tempo, nosso bom e velho analgésico
Amenize as dores dos verdadeiros companheiros.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Resposta


Não, não... não desprezo sua opinião
Até são necessárias em alguns aspectos
Mas não as sinto como essenciais.


Se o meu jeito te causa incomodo
De verdade, entendo
E talvez mudar para trazer-lhe sorrisos
Não resolva o teorema da nossas vidas.

O fato é que cada um é o que é:
Uns são produtos do meio;
Outros não sabem o que são
E é aí que me encaixo, sem traumas, sem dramas...

A intenção não é quebrar regras
É que sonho com o vento no rosto
E tento senti-lo ainda que despencando do precipício.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Paz

Nas noites
Em que morro
A paz beija minha face.

Nas noites
Em que sobrevivo
A paz segue em fuga.

Nas noites
Em que se faz dia
Paz é algo que inexiste.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Veneno.

Aprendi de ouvir dizer
"Tudo em demasia é veneno!"
Não me busque tanto
Não me queira, nem deseje, nem me ate... tanto!
Não sonhe, nem espere tanto.
Não me chame tanto!
Sem equilíbrio
Haveremos de ir (rotas opostas).
Te deixarei sequelas
Cicatrizes e coisas afins...
E ficarás a alimentar
Solidão e mágoa
Até que novo amor apareça.
Nesse instante
Que possa degustá-lo com moderação.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A Quem Couber.

Para deixar assim
Sem receitas
Conteúdos fragmentados
Sem aparo das arestas
Para que fique assim
E que sirva para algo
(A quem couber)
O que já não cabe em mim:
Tantos nós na garganta.