sábado, 23 de janeiro de 2010

Para Você do Estrangeiro Brasileiro

Pois num é, seu doutor...

Acho bom o senhor

Plantar algo em vossa cabeça.

Me permita sua atenção...

O diploma de vossa senhoria

É pena de pavão.

A fala de vossa senhoria

Para nós, num fala nada.

Desse anel que o senhor amostra no dedo

Lá na feira de Joaquim Gomes tem de monte

Até compadre Capuá, carreiro do Meirim

Tem um do merminho.

O senhor doutor fala estrangeiro, coisa e tal

Mas pra que se gabar disso, doutor?

A gente não entende este palavriado.

E o doutor, homem de estudo,

Por isso acha que somos burros?!



É... a gente não sabe mesmo ler

E tem um dificuldade desgramada para assinar o nome

Mas aqui nascemos, criamos nossos filhos e haveremos de padecer.

Tudo o que precisamos temos aqui:

Os amigos, a barragem, o rio grande, a roça pra lidar...

A gente nem precisa de muita coisa

Só um tiquinho de respeito e sossego.

Porque força e saúde

A gente pede para Deus, Nosso Senhor.

E olhe, senhor doutor...

Pelo meu Padim Ciço do Juazeiro

Tome tento e num queira bulir em nosso pedaço de chão.

Com essa leitura tanta

O doutor que toma a gente por burro

Esquece que burro é burro, tá certo!

Mas burro, doutor, dá coice!

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