Pois num é, seu doutor...
Acho bom o senhor
Plantar algo em vossa cabeça.
Me permita sua atenção...
O diploma de vossa senhoria
É pena de pavão.
A fala de vossa senhoria
Para nós, num fala nada.
Desse anel que o senhor amostra no dedo
Lá na feira de Joaquim Gomes tem de monte
Até compadre Capuá, carreiro do Meirim
Tem um do merminho.
O senhor doutor fala estrangeiro, coisa e tal
Mas pra que se gabar disso, doutor?
A gente não entende este palavriado.
E o doutor, homem de estudo,
Por isso acha que somos burros?!
É... a gente não sabe mesmo ler
E tem um dificuldade desgramada para assinar o nome
Mas aqui nascemos, criamos nossos filhos e haveremos de padecer.
Tudo o que precisamos temos aqui:
Os amigos, a barragem, o rio grande, a roça pra lidar...
A gente nem precisa de muita coisa
Só um tiquinho de respeito e sossego.
Porque força e saúde
A gente pede para Deus, Nosso Senhor.
E olhe, senhor doutor...
Pelo meu Padim Ciço do Juazeiro
Tome tento e num queira bulir em nosso pedaço de chão.
Com essa leitura tanta
O doutor que toma a gente por burro
Esquece que burro é burro, tá certo!
Mas burro, doutor, dá coice!
sábado, 23 de janeiro de 2010
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